Os últimos anos foram marcados por uma mudança estratégica no trato financeiro do Grêmio, que decidiu “abrir os bolsos” e utilizar mais recursos financeiros na contratação de atletas. Essa decisão pareceu necessária em vista do aumento acentuado de gastos por parte de seus oponentes, o que causou uma pressão para o clube tradicional de Porto Alegre.
Vale destacar que, mesmo com a conquista de alguns títulos sem um investimento tão alto, como a Copa do Brasil de 2016 e a Libertadores de 2017, a estratégia modificou e resultou em grandes contratações, com algumas das mais altas cifras já desembolsadas pelo clube na história. O Grêmio tem atualmente em sua lista, jogadores como Franco Cristaldo, vindo do Huracán por R$ 24 milhões, Jaminton Campaz do Tolima por R$ 21 milhões, e Miller Bolaños do Emelec por R$ 19,4 milhões.
Outros atletas significativos incluem Mathías Villasanti do Cerro Porteño por R$ 18 milhões, Felipe Carballo do Nacional por R$ 15,6 milhões, Giuliano, ex-Dnipro Dnipropetrovsk por R$ 15 milhões, Marcelo Moreno, ex -Shakhtar Donetsk por R$ 14,5 milhões, Diego Churín, também do Cerro Porteño por R$ 11,2 milhões, e Diogo Barbosa, ex-Palmeiras, e André do Sport, ambos por R$ 10 milhões.
No entanto, cabe avaliar que nem todos esses investimentos renderam bons frutos ao Grêmio. Atletas como André, Diogo Barbosa, Bolaños e Campaz, por exemplo, não tiveram passagens bem-sucedidas, saindo do clube após um curto tempo. Isso demonstra que apesar do alto investimento, o rendimento esportivo não é sempre equivalente.
Quais as lições de uma gestão esportiva?
Da mesma forma, esta situação abre um espaço importante para a reflexão sobre a gestão esportiva. A situação do Grêmio mostra que um investimento significantemente alto em contratações não necessariamente traduz-se em sucesso no campo.
E isso, em muitos casos, pode resultar em um gasto grande e não um investimento. Ou seja, a estratégia precisa ser pensada e analisada com muita cautela, a fim de que os recursos sejam utilizados da melhor forma possível.
Pode-se considerar que uma gestão esportiva de qualidade consiste em um planejamento eficaz, que permita um investimento inteligente em jogadores que possam realmente contribuir para o sucesso do time.
Essa análise precisa passar não só pela qualidade técnica do jogador, mas também por sua disciplina, comprometimento, postura com os demais colegas e considerações táticas e físicas. Pois um jogador talentoso, mas indisciplinado ou que não se adeque ao estilo de jogo do time, pode acabar sendo um investimento mal aplicado.