Todo apaixonado por futebol conhece grandes momentos da história do esporte que permanecem vivos na memória coletiva. Mas hoje vamos recordar uma das histórias de maior suspense e controvérsia nos campos de futebol: o incidente protagonizado por Roberto Rojas, o goleiro chileno, que marca 26 anos em 2023.
Esta data abriu um capítulo sombrio na história do futebol em 1989, quando Rojas decidiu simular uma lesão durante um jogo entre Brasil e Chile. Com esse gesto, uma reviravolta estrondosa aconteceu, colocando em desconfiança a autoestima do futebol brasileiro e acarretando sérias repercussões para os chilenos.
Com o sinalizador como protagonista indesejado, o episódio ocorreu durante o jogo entre Brasil e Chile no Maracanã, pela última rodada do grupo 3 das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1990. O Brasil ganhava por 1 a 0, com gol de Careca, e parecia se encaminhar para a classificação para o Mundial. Até que o inesperado aconteceu: um sinalizador foi atirado de uma parte da torcida brasileira, em direção ao gramado, começando ali o teatro de Rojas.
Quem foi a verdadeira vilã da história?
A confusão começou quando Rojas começou a se debater no gramado, com distorções de dor, a camisa tingida de vermelho. A entrada em campo do sinalizador foi atribuída a Rosenery Mello, que tinha apenas 24 anos na época.
Além disso, um detalhe relevante veio à tona anos depois, provando que essa encenação foi artificial: em seguida, ficou comprovado que o sangue que maculava sua camisa não era do sinalizador e, sim, de uma lâmina que ele mesmo carregava em suas luvas.
Quais foram as consequências desse jogo?
Rojas, o técnico Orlando Aravena, o médico Daniel Rodríguez e o dirigente Sergio Stoppel foram banidos do futebol pela Fifa. Astengo, o zagueiro que estava ao lado de Rojas quando o episódio aconteceu, foi suspenso por quatro anos, assim como a seleção chilena, que foi excluída das Eliminatórias para a Copa de 94.
Rojas foi perdoado pela Fifa 12 anos depois, em 2001, e passou a atuar como treinador de goleiros do São Paulo, seu último clube como jogador profissional. Atualmente, convive com a hepatite C e tem apenas 20% de seu fígado em funcionamento, aguardando transplante. Já para Rosenery Mello, a protagonista involuntária desta história, o incidente acabou lhe rendendo fama e uma capa na revista Playboy. Infelizmente, ela faleceu em 2011 de um aneurisma cerebral no Rio de Janeiro, aos 45 anos.