Nesta terça-feira, a CBF divulgou as alterações para o Campeonato Brasileiro de 2024, programado para iniciar em abril. A reunião que definiu as novidades também abordou uma questão antiga: os gramados sintéticos.
Participaram do debate, além da confederação, os clubes da Série A e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). Atualmente, apenas Athletico Paranaense, Botafogo e Palmeiras utilizam estádios com grama sintética. O Palmeiras, no entanto, tem atuado na Arena Barueri, com grama natural, enquanto resolve os problemas no Allianz Parque.
O Atlético-MG planeja instalar grama sintética na Arena MRV, inaugurada no ano passado e já alvo de críticas devido ao estado do campo. Alguns clubes mobilizam esforços para vetar o uso desses campos. Um comitê foi formado para debater a questão, considerando a possibilidade de uma proibição, mas isso não deve ocorrer em 2024.
Houve debate?
Há defensores fervorosos em ambos os lados entre os clubes. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, apoia a manutenção dos gramados sintéticos, mencionando até mesmo desempenho aceitável nessas condições diante de adversários como São Paulo, Flamengo e Fluminense.
Por outro lado, Mario Bittencourt, presidente do Fluminense, critica esse tipo de superfície, apontando prejuízos na performance esportiva e aumento de lesões. A CBF não considera as análises existentes conclusivas e pretende realizar sua própria avaliação por meio de consultoria estrangeira e uma Comissão de Médicos. O debate será estendido aos representantes dos clubes das Séries B, C e D.
Sergio Schildt, presidente da Recoma, empresa especializada em infraestrutura esportiva responsável por mais de um milhão de metros quadrados de gramados sintéticos esportivos, destaca a importância de análises financeiras por trás dessas decisões.
“Não há mais dinheiro público para financiar estádios de futebol e a conta precisa fechar para os clubes. Manter um gramado natural de boa qualidade custa caro e quase inviabiliza o multiuso do estádio.”
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