No universo das torcidas organizadas, há uma notável presença de violência, com suas canções frequentemente fazendo apologia a conflitos e drogas. Além disso, as manchetes policiais frequentemente relatam incidentes envolvendo tumultos que, muitas vezes, resultam no trágico falecimento de alguns de seus membros.
Apesar desses aspectos sombrios, ainda é possível encontrar laços de amizade no meio desse cenário violento. É comum nesse ambiente que as torcidas organizadas estabeleçam alianças, conhecidas como “uniões”, nas quais pactuam a paz e fornecem apoio logístico quando visitam as cidades umas das outras.
No contexto brasileiro, essas uniões se dividem em duas “ideologias”: a “Dedo pro Alto” e a “Punho Cerrado”. Estas ideologias representam agrupamentos de torcidas que mantêm acordos de paz entre si e compartilham um símbolo comum.
Por exemplo, as torcidas do Atlético-MG e do Grêmio fazem parte da “Dedo pro Alto”, o que as torna aliadas. Em dias de jogos entre esses dois times, é comum que seus torcedores se confraternizem nas proximidades dos estádios.
Torcidas de Atlético-MG e Grêmio trocam apoio logístico
Além disso, quando o Atlético-MG viaja para Porto Alegre para enfrentar o Internacional, ou quando o Grêmio vai a Belo Horizonte para enfrentar o Cruzeiro, é comum que as torcidas “Galoucura” e “Geral” forneçam apoio logístico, inclusive fazendo escoltas até os locais dos jogos, intervindo em brigas, e, em alguns casos, celebrando juntas nas arquibancadas.
Esses acordos de paz também possibilitam que os materiais das duas torcidas circulem livremente nos estádios de seus respectivos clubes em dias de jogos que não envolvem nenhum dos dois times. Quando os dois times se enfrentam, é comum que os integrantes entoem a canção “Geral e Galoucura, Geral e Galoucura” em alto e bom som nas arquibancadas.