Nascido em Montevidéu em 20 de outubro de 1956, Dario Pereyra é um dos grandes jogadores da história do São Paulo. A trajetória do zagueiro começou quando sua família se mudou para a cidade de Sauce, localizada a apenas 40 km da capital uruguaia. Foi lá que ele deu os primeiros passos como jogador, no modesto Sportivo Oriental.
Logo aos 15 anos o Dario já mostrava ser um talento acima da média e chamou a atenção de um ex-jogador do Nacional-URU, que o levou para as categorias de base do tradicional clube uruguaio.Surpreendentemente, Pereyra começou sua carreira como meio-campista, algo que ajuda a explicar sua grande habilidade com a bola nos pés.
Em 1977, o SPFC, em busca de um novo “Pedro Rocha”, zagueiro multicampeão pelo clube e uma lenda da seleção uruguaia, foi até o Uruguai buscar D.Pereyra para reforçar seu sistema defensivo.
No entanto, a chegada de Dario ao Morumbi não foi fácil. Sob o comando de Henri Aidar, ele enfrentou desafios semelhantes aos que muitos jogadores enfrentam atualmente. Mesmo sendo titular da seleção uruguaia aos 20 anos, ele teve que lidar com lesões frequentes e uma forte concorrência, com nomes respeitados como Muricy Ramalho, Pedro Rocha, Chicão e Neca.
Foi apenas no Campeonato Paulista de 1980, que a trajetória do uruguaio mudou. Precisando de um zagueiro para enfrentar a Ponte Preta, o técnico Carlos Alberto Silva escalou o uruguaio como improviso. A atuação de Dario foi tão impressionante que ele nunca mais deixou o posto de titular.
Foram 11 anos defendendo as cores do Tricolor, com seis títulos de extrema importância em seu currículo, incluindo quatro Campeonatos Paulistas (1980, 1981, 1985 e 1987) e dois Brasileirões (1977 e 1986).
Os números de Dario Pereyra também impressionam: 453 partidas disputadas, tornando-se o segundo estrangeiro que mais vestiu a camisa tricolor, atrás apenas do goleiro argentino Poy, com 222 vitórias, 128 empates e 108 derrotas, além de 37 gols marcados.
Após sua saída do São Paulo em 1988, Pereyra não conseguiu replicar seu sucesso em outras equipes. Ele passou pelo Flamengo, voltou ao São Paulo em 1989 e, após desentendimentos com Emerson Leão, foi negociado com o Gamba Osaka-JAP em 1990, onde encerrou sua carreira como jogador após vencer a Copa do Imperador no mesmo ano.
Após pendurar as chuteiras, Dario teve uma passagem pelas categorias de base do São Paulo, onde demonstrou seu conhecimento tático e visão de jogo como treinador. Também passou por clubes importantes no Brasil, como Guarani, Coritiba, Paysandu, Grêmio e Atlético-MG, conquistando títulos, incluindo um estadual com o Atlético-MG em 1999.
Um dos momentos mais memoráveis de sua carreira como treinador foi quando estava à frente do Paysandu. Em 2003, levou o time paraense a uma histórica vitória por 1 a 0 sobre o Boca Juniors na La Bombonera, pela Libertadores da América. Infelizmente, o sonho de eliminar os argentinos acabou com uma derrota em Belém por 4 a 1 na partida de volta.