O mundo do futebol tem histórias marcantes e inacreditáveis. Uma delas é a tentativa perdida do clube Portuguesa de Desportos, de São Paulo, de contratar o icônico Diego Maradona, em 1982. A inusitada revelação foi feita pelo empresário Juan Figer, o primeiro credenciado pela Fifa e representante do astro argentino, no programa Bola da Vez nesta semana.
Com o Argentinos Juniors necessitando de dinheiro “para cobrir necessidades urgentes”, como contou Figer, Maradona, que na época era apenas uma promessa do futebol argentino, estava sendo negociado por 300 mil dólares, o equivalente a aproximadamente R$ 2,5 milhões nos valores atuais.
A oferta para a Portuguesa chegou às mãos do então presidente do clube, Manuel Gregório, por meio de Figer. “Eu tinha uma boa amizade com Manuel e ofereci o jogador para ele. Falei: “É um júnior que joga um pouco mais do que o normal e custa 300 mil dólares”.
O preço de Maradona parecia alto demais
O que hoje parece uma pechincha, na época era um investimento de risco. Maradona tinha apenas 21 anos e, embora já tivesse se destacado no Campeonato Argentino, ainda era uma promessa do futebol. Mesmo com todo o talento que exibia nos gramados argentinos, a Lusa não se sentiu segura o suficiente para fazer a aposta.
“Ele (Manuel) não se animou a colocar esse dinheiro, a Portuguesa não tinha dinheiro. Não se animou a fazer essa aposta. São coisas que acontecem no futebol. Foi uma pena, porque ele seria aqui no Brasil, penso eu, o mesmo jogador que foi no Argentinos e no Boca Juniors”, explicou Figer. Sem fechar com a equipe brasileira, Maradona acabou transferindo-se para o Boca Juniors, onde defendeu o clube de 1981 a 1982.
Posteriormente, o astro argentino jogou no Barcelona, Napoli, Sevilla, Newell’s Old Boys e, novamente, Boca Juniors. Mais histórias deste calibre foram contadas por Juan Figer no programa Bola da Vez desta semana na ESPN Brasil, deixando claro que esses momentos só podem ser vivenciados no futebol.
A verdade é que, se a Portuguesa tivesse tido um pouco mais de disposição para arriscar e investir no jovem Maradona, talvez a história do futebol brasileiro fosse diferente. Mas, no game das especulações e do “e se”, apenas uma certeza prevalece: o futebol é realmente uma caixa de surpresas. Jovem, desconhecido, mas com uma bola no pé incomparável. Essa era a descrição de Diego Maradona em 1982.
Aquele que poucos anos depois conduziria a Argentina ao título mundial na Copa do Mundo de 1986 poderia ter mostrado seu talento também nos gramados brasileiros. Uma curiosidade que permanecerá para sempre na história como um dos maiores “quase” do futebol.