Já conhecido por inúmeras defesas nos gramados do futebol brasileiro, o ex-goleiro Mário Lúcio Duarte Costa, mais conhecido como Aranha, tem se destacado agora por uma luta ainda mais importante: o combate ao racismo. Aos 41 anos, o ex-jogador do Santos e Avaí se tornou uma das principais figuras no país que abordam este tema tão delicado e relevante.
Aranha, que se aposentou em 2018, lançou em 2021 o livro ‘Brasil Tumbeiro’, uma obra que busca conscientizar o leitor sobre um período importante e complexo da história do país: a escravidão. De forma didática e aprofundada, ele narra a triste história do negro no Brasil, passando dos navios tumbeiros até a periferia das grandes cidades brasileiras.
“A ideia do livro surgiu da necessidade que vi de esclarecer colegas sobre a real história do Brasil. Percebi que precisava de um material didático, capaz de ser trabalhado nas escolas, para formar uma consciência coletiva mais justa e instruída sobre o racismo”, revela Aranha.
Aranha assumiu esse importante papel após viver uma experiência pessoal marcante. Em 2014, durante um jogo entre Santos e Grêmio, o goleiro foi vítima de injúrias raciais vindas das arquibancadas. Este episódio infeliz chamou a atenção de todo o Brasil e fez com que o atleta concentrasse suas energias também na luta pela igualdade racial.
Nova trajetória no Mogi Mirim
Além da literatura e das palestras, Aranha achou mais um campo para colaborar com a sociedade. Em 2022, ele integrou o Departamento de Futebol do Mogi Mirim, onde é o responsável pelo treinamento dos goleiros do time, além de usar sua experiência de mais de 20 anos no futebol para ajudar na reconstrução do clube do interior de São Paulo.
“Aqui está sendo mais uma oportunidade de aprendizado. Estou muito feliz em contribuir de alguma forma com o Mogi Mirim e espero que possamos conseguir resultados muito positivos para esse clube tão tradicional”, comenta Aranha. O Mogi Mirim disputa atualmente a Segunda Divisão do Campeonato Paulista, que é a quarta divisão do torneio estadual.
Tanto dentro quanto fora dos gramados, Aranha tem mostrado que é possível transformar experiências negativas em ações positivas, fazendo a diferença na vida de muitos brasileiros. Seu trabalho no combate ao racismo é mais um belo exemplo de como o esporte pode transcender as quatro linhas do campo e influenciar positivamente a sociedade.