No longínquo ano de 1981, a nação rubro-negra estava envolvida em um grande clima de expectativa. Um jovem locutor de nome Galvão Bueno, de apenas 31 anos, foi selecionado para narrar uma das partidas mais importantes na história do Flamengo – a final da Copa Intercontinental de Clubes contra o Liverpool da Inglaterra, campeões europeus daquela temporada.
Nesse contexto, Galvão, ainda um novato na emissora com apenas três meses de casa, se destacou. Conquistou o grande desafio de narrar a partida histórica, superando um experiente colega de profissão: Luciano do Valle. Afinal, 38 anos depois, o mesmo Galvão estará na cabine de transmissão para relembrar os mesmos protagonistas daquela tarde de dezembro.
O que mudou na transmissão esportiva desde 1981?
Com o avanço das tecnologias, muitas mudanças ocorreram desde então. Naquela época, assistir a um jogo de 1981 era uma viagem aos primórdios da moderna transmissão esportiva eletrônica. Aquela final entre Liverpool e Flamengo contou com apenas cinco câmeras: uma central, uma em cada área, outra no banco de reservas e uma panorâmica aérea, que então, era novidade do canal japonês NTV Sports, responsável pela geração das imagens da final.
Os replays eram escassos. Foram exibidos apenas nos três gols do Flamengo. Não havia placar na tela, como vemos hoje, e o tempo de jogo era informado a cada cinco minutos em um relógio gráfico que marcava o avanço progressivo dos ponteiros.
Como era a cobertura de campo na década de 80?
No passado, não havia a presença de um repórter de campo, muito menos comentarista ao lado do narrador como vemos hoje. Galvão Bueno conduziu a final de 1981 praticamente sozinho. Ele teve ao seu lado o comentarista Gerson, o famoso Canhotinha de Ouro, que estava no Brasil, longe do outro lado do mundo, onde o locutor estava.
Por conta das dificuldades técnicas, o ex-meia da Seleção de 1970, só conseguiu entrar duas vezes no ar nas quatro em que foi acionado durante o confronto. Galvão também não tinha apoio de repórteres de campo, como terá Eric Faria e Marcelo Courrege na final de 2023.
E o que não mudou desde então?
Apesar de tantas mudanças, uma coisa continuou imutável: o ufanismo demonstrado ao clube carioca. Galvão Bueno, assim como hoje, expressava sua admiração pelo time e o tratava como a representação do Brasil no Mundial. Até mesmo os slogans usados naquela época são semelhantes aos que ouvimos hoje como “Futebol na Globo, aqui é emoção”.
Estamos mais uma vez diante de um grande momento para o Flamengo. Essa partida é uma reedição da final de 1981, e o Brasil aguarda ansiosamente para ver se o final será o mesmo de 38 anos atrás. Tune na Globo e participe dessa emoção conosco!