Nascido em Montes Claros, a trajetória de Nikão é marcada por superações e desafios. A perda de sua mãe aos oito anos poderia ter levado sua vida por caminhos difíceis, não fosse pelos cuidados de sua avó. O futebol, no entanto, sempre se apresentou como uma esperança para o meia-atacante. Em sua pré-adolescência, ele foi descoberto por um empresário que o levou para o Mirassol. Nikão teve a oportunidade de fazer testes em clubes estrangeiros, como CSKA Moscou e PSV, e também teve chances nas seleções de base, desde o sub-16. Seja devido à sua habilidade com a perna esquerda (que o levou a ser comparado a Maradona) ou à sua força física, o jovem talento parecia destinado a alcançar o mais alto nível.
A jornada de Nikão não foi fácil. Enquanto começava a se destacar nas categorias de base, ele enfrentou a triste perda de sua avó e, pouco depois, de um irmão. Além disso, ele teve que lidar com o alcoolismo e uma depressão clínica. Apesar de seu talento abrir portas, sua vida tumultuada era um desafio ainda maior. No entanto, mesmo não aproveitando todas as oportunidades que lhe eram oferecidas, Nikão continuava a receber novas chances, pois havia um grande potencial nele. O Palmeiras foi o primeiro dos grandes clubes a apostar nele, sob a orientação de Vanderlei Luxemburgo, em 2008. No entanto, Nikão enfrentou dificuldades após a morte de sua avó. Pouco tempo depois, ele se mudou para o Santos e chegou à final da Copa São Paulo. Posteriormente, ele foi transferido para o Atlético Mineiro, também com o apoio de Luxemburgo, onde teve suas primeiras oportunidades como jogador profissional. No entanto, em breve, sua carreira se tornaria instável.
Com uma série de empréstimos e poucas sequências de jogos, Nikão percorreu o Brasil. Em quatro anos, ele vestiu a camisa de seis clubes diferentes, passando do Vitória ao Bahia e também jogando por Ponte Preta e Linense, além de tentar a sorte no América Mineiro. Seu período mais consistente ocorreu em 2014, aos 22 anos, quando se juntou ao Ceará na Série B do Brasileirão. Mesmo que o desempenho tenha sido bom, o time não conseguiu o acesso, mas isso lhe rendeu a chance de retornar à primeira divisão com o Athletico Paranaense, que decidiu comprar o meia em definitivo do Atlético Mineiro.
No Athletico, Nikão compreendeu a importância da oportunidade e começou a jogar desde o Estadual, contribuindo para o sucesso da equipe no Brasileirão. Ele se tornou uma peça regular nas campanhas do clube. Sua consagração veio, especialmente, na Libertadores de 2017, quando marcou gols cruciais e desempenhou um papel fundamental na classificação do Furacão para as eliminatórias, em um grupo bastante complicado. No entanto, seu melhor desempenho foi visto durante o período sob o comando de Tiago Nunes. Ele brilhou na Sul-Americana de 2018 e foi peça fundamental na trajetória do Athletico Paranaense rumo à final da Copa do Brasil de 2019, conquistada pelo clube.
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