Em 8 de março de 2024, marcando o Dia Internacional da Mulher, procuramos oferecer uma visão atual do quanto os principais clubes de futebol brasileiros investem no futebol feminino. Nos últimos cinco anos, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) implementou uma regulamentação exigindo que os 20 times da Série A do Brasileirão mantivessem uma equipe feminina.
Embora esta tenha sido uma medida evolutiva, a desigualdade nos orçamentos entre times masculinos e femininos ainda é visivelmente notável. Dos 25 clubes contatados, apenas 8 revelaram o orçamento estimado ou o valor exato previsto para a temporada de 2024. Vale ressaltar que um desses clubes, o Ceará, já anunciou a descontinuação da sua equipe feminina para focar na equipe masculina.
O investimento dos clubes
A seguir, os valores dos orçamentos declarados por alguns clubes:
- Ferroviária: 14 milhões de reais;
- Internacional: 9,5 milhões de reais;
- América-MG: 5 milhões de reais;
- Real Brasília: 4,5 milhões de reais;
- Juventude: 1,8 milhão de reais;
- Ceará: 1,4 milhão de reais;
- Fortaleza: 1,2 milhão de reais;
- Criciúma: 880 mil reais.
Esses investimentos são significativamente menores em comparação aos realizados no futebol masculino. Para exemplificar, o Internacional aumentou seu orçamento masculino em R$ 100 milhões em relação à temporada anterior, enquanto o acréscimo no feminino foi de apenas R$ 1,8 milhão.
Poucas informações e muitas incógnitas
Clubes como Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras divulgaram suas projeções orçamentárias, mas sem detalhar quais montantes seriam especificamente destinados para o futebol feminino. Outros times preferiram não divulgar qualquer informação financeira, enquanto alguns asseguraram um aumento na verba, mas sem fornecer detalhes.
Um exemplo desanimador vem do Ceará, que decidiu descontinuar sua equipe feminina devido a um processo de “readequação orçamentária”, focalizando seus recursos na equipe masculina. Estes dados evidenciam a disparidade e a escassez de investimento no futebol feminino, uma realidade que precisa ser consertada para que as atletas possam trabalhar em condições equiparáveis às dos atletas masculinos e o esporte continue a se desenvolver no país.