Qual foi o primeiro clube brasileiro a se tornar SAF?

Com o início do Campeonato Brasileiro de 2023, marcado pela adoção do modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF) por diversos clubes, o panorama do futebol brasileiro se altera significativamente. São seis clubes no total que adotaram este modelo: Cuiabá e Red Bull Bragantino, os mais estruturados, além de Cruzeiro, Botafogo, Vasco da Gama e Bahia.

Essa transformação se deu após a aprovação da lei em agosto de 2021, permitindo que os clubes se tornassem empresas. Um fato interessante é que o Cuiabá já era um clube-empresa e aguardava apenas a aprovação da nova legislação para se tornar uma SAF, destacando-se como pioneiro nesta mudança.

Por que o modelo SAF é tão atrativo?

A entrada no modelo SAF representa uma oportunidade para os clubes se reestruturarem financeiramente. Entre as vantagens apontadas, está a menor carga tributária, o que possibilita maior competitividade financeira e permite um futebol mais profissional e organizado.

Luiz Mello, CEO da SAF do Vasco da Gama, reitera essa perspectiva, destacando a reestruturação interna que o clube experimentou desde que adotou o modelo. Além de ressaltar o pagamento de dívidas antigas, Mello salienta o investimento em melhorias na infraestrutura do clube, buscando um aumento nas receitas.

Quais são os próximos passos?

A adoção do modelo SAF pelos clubes é apenas o começo, sendo previsível que mais times sigam esse caminho. O Atlético-GO, por exemplo, já está na fase final para a criação da sua SAF. Quanto a isso, o advogado Eduardo Carlezzo vê a chegada do City Football Group no Brasil como um divisor de águas na atração de investidores estrangeiros para os clubes nacionais.

Carlezzo também aponta que a situação financeira desafiadora de muitos clubes torna a adoção da SAF um procedimento quase irreversível. Assim, a criação de uma SAF e a subsequente venda de ações se torna o meio mais viável para obter recursos relevantes para aliviar a pressão financeira.

Quais são os desafios enfrentados?

Apesar das oportunidades apresentadas pelo modelo SAF, existem também desafios a considerar. Especialistas como Armênio Neto e Renê Salviano enfatizam a importância de uma gestão profissional adequada para garantir o sucesso. A adoção da SAF não é uma solução mágica que resolverá os problemas financeiros de um clube da noite para o dia, mas sim a oportunidade para uma maior solidez financeira se bem gerida.

Os próximos anos serão decisivos para observar como a adoção do modelo SAF influenciará o cenário do futebol brasileiro. A expectativa é de uma competição mais organizada e equilibrada financeiramente. No entanto, os clubes devem estar preparados para lidar com os desafios que virão.

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