Por que a cor verde é proibida pelos lados do Corinthians?

Imagine torcer tão ferrenhamente por sua equipe que certas cores se tornam tabus e pequenos detalhes tomam proporções inusitadas. Este é o caso dos torcedores mais ávidos do tradicional time do Corinthians, que, em diferentes ocasiões, se afastaram da cor verde – a cor de seu rival Palmeiras.

Um caso peculiar é o do professor de educação física e corintiano devotado, Gustavo Maciel, que é daltônico e acabou sendo barrado na entrada do Parque São Jorge por usar uma camiseta verde. Para muitos corintianos, evitar a cor verde se tornou mais do que apenas uma tradição casual, tornou-se um ponto de honra.

Como a cor verde é tratada pelos Corintianos?

A evitação da cor verde é expressa de várias maneiras no clube. Ela vai desde a fiscalização das roupas dos jogadores, até os vidros e catracas na Arena Corinthians. Até mesmo alfaces utilizadas no carnaval foram pintadas de amarelo para evitar qualquer associação à cor do rival.

Gustavo Maciel, constantemente assegura-se com amigos de que não está, de fato, usando verde antes de sair de casa para os jogos do Corinthians. Essa situação na chegada ao Parque São Jorge o levou a trabalhar sob o sol escaldante de verão, usando um suéter cinza para cobrir sua camiseta verde.

O que significa o verde para os torcedores do Corinthians?

Para entender o quão profundamente enraizado está esse hábito de evitar o verde, podemos olhar para o próprio projeto arquitetônico da Arena Corinthians. A construção do estádio foi objeto de controvérsia quando o projeto inicial apresentou vidros de tonalidade esverdeada. Isso levou a um processo de dois anos para deixar o vidro mais branco e evitar qualquer tom esverdeado.

Isso não só afetou a estrutura do estádio, mas também elementos menores, como o sistema de catracas, que usualmente emite luz verde ao ser aprovada a entrada do torcedor, mas no Estádio Corinthians, a luz aprovada é azul.

Embora esse travo de rivalidade com a cor esteja presente na mentalidade dos corintianos, não se estende universalmente a todas as situações. Um exemplo disso é a escola de samba Gaviões da Fiel, que é padrinhos do tradicional e verde Camisa Verde e Branco. A ligação da Gaviões com a Camisa Verde e Branco não é vista como uma afronta à tradição Corinthiana.

Em suma, o abandono da cor verde é profundo e permeia todas as facetas do Corinthians – dos fãs aos jogadores, dos locais de trabalho aos projetos de arquitetura. Isso demonstra a profundidade da paixão dos corintianos pelo seu clube e a extensão dos rituais e superstições que se desenvolveram ao longo dos anos em torno do futebol.

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