Era camisa 10 do Flamengo há pouco tempo e agora ganha R$ 400 por jogo
Deslanchar no futebol não é uma tarefa fácil e o exemplo disto está na quantidade de promessas que hoje figuram em clubes de menor relevância no mundo da bola. Depois de passar cinco anos nas categorias de base do Flamengo utilizando a camisa de número 10, Leandrinho define o futebol como “injusto”, já que atualmente recebe mensalmente valor de R$ 400 por partida disputada.
Aos 24 anos, o ex-jogador do Flamengo relembra sua trajetória com um certo remorso após ser deixado de lado quando Vinicius Júnior ascendeu. No mesmo período em que o jogador do Real Madrid recebeu vários holofotes em sua direção, Leandrinho passou a ser preterido pelo departamento de futebol rubro-negro.
Por ironia do destino, o ex-camisa 10 do Flamengo atualmente disputa partidas na várzea de São Paulo, enquanto seu colega Vini Jr é o principal candidato a faturar a Bola de Ouro. Embora demonstre frustração por não ter alavancado na carreira enquanto esteve nas categorias de base rubro-negras entre 2013 a 2018, Leandrinho ainda sonha em dar a volta por cima.
“Hoje a minha “bola de ouro” seria aparecer uma proposta para fora. Não precisa ser aquela proposta exorbitante, seria apenas para abrir as portas para conseguir um clube, voltar para o cenário, poder me manter. E que se Deus quiser, que seja um clube de fora do país… Penso que se não deu certo ainda, pode ser que ainda dê, e se não der também vou ter que arrumar algo pra fazer, porque não posso nem me martirizar ou me fazer de vítima porque não deu, é bola pra frente”, frisou o jogador ao ge.
Da Seleção Brasileira de base aos R$ 400 por jogo
Com seu futebol em alta nas categorias de base, Leandrinho foi convocado para defender a Seleção Brasileira em algumas oportunidades. Enxergando potencial no garoto, o rubro-negro ofereceu uma extensão contratual, que foi negada por seus empresários a fim de ser negociado com uma equipe do exterior.
Realizando ao menos três jogos por mês em campeonatos amadores, o jogador de 24 anos revelou receber entre R$ 350 a R$ 400 por duelo. Apesar da realidade ser controversa a tudo aquilo que demonstrou em campo, Leandrinho afirmou sentir gratidão ao que os organizadores da várzea estão oferecendo dentro e fora de campo.
“Tinha um empresário na época que a gente meio que não deu certo e aí fui só batendo (…) A várzea está proporcionando muita coisa boa, vários ex-jogadores que estão na várzea e também outros que estão na mesma situação que a minha. Você tem que se virar de alguma forma, porque o capital tem que entrar, né? A várzea, graças a Deus, me ajuda bastante, não tenho do que reclamar, só agradecer”, frisou.
Do Flamengo à várzea
Revelado nas categorias de base do Flamengo, Leandrinho sequer esperou estrear no profissional. Em 2018, o garoto aceitou fechar acordo com o Fremad Amager, da Dinamarca, por onde disputou apenas sete partidas e depois foi dispensado. Nesse ínterim, o meia estampou os escudos dos seguintes clubes no seu peito: CD Alves (Portugal), Ceará, Globo-RN, Primavera-SP, Tpynambás-MG, North-MG, Mamoré-MG e Nova Venécia-ES.
Mantendo a forma física enquanto participa de jogos amadores, Leandrinho tenta superar os obstáculos e esquecer como sua trajetória declinou tão rápido. Reconhecendo alguns erros do passado, o atleta segue focado em trabalhar para voltar a defender algum clube de renome no cenário brasileiro e até mesmo internacional.
“Se você confia em você, você não precisa de mais ninguém. Injusto, em algumas partes, eu acho que é sim… (…) Estou com sede, sangue no olho, sei da minha capacidade. E o que preciso é de uma oportunidade. Muitas vezes a gente não entende a vontade de Deus, mas também não tem o que reclamar d’Ele, só agradecer por tudo que passei, por tudo que vivi. Estou pronto”, finalizou o jogador