Em recentes declarações, o presidente da comissão de arbitragem, Wilson Seneme, reconheceu falhas no desempenho dos árbitros no Brasileirão e na Copa do Brasil de 2023. Entre estes erros, ele mencionou “inconcebíveis” nas palavras dele, ocorridos durante o primeiro turno dos jogos.
Neste cenário de críticas e polêmicas, um assunto que chamou a curiosidade dos fãs de futebol é o processo de formação e carreira dos árbitros. Desde o início da jornada, os aspirantes a árbitros precisam passar por treinamentos rigorosos e passar por várias etapas antes de chegar ao quadro da FIFA.
Como se formam os árbitros no Brasil?
Em termos gerais, todos os árbitros, independentemente de pertencerem ou não à FIFA, iniciam a carreira da mesma forma: através de um curso específico para tornar-se árbitro. Este treinamento exige que os candidatos tenham concluído o ensino médio, possuam a habilidade para realizar atividades de alto rendimento e não possuam restrições físicas e/ou cardiológicas.
Nas palavras de Seneme, “Para você começar a apitar partidas do futebol profissional, é preciso passar por diversos estágios. A carreira de árbitro é longa e desafiadora, composta por vários níveis, cada um com suas próprias demandas e desafios.”
Qual é o processo de formação de árbitros no Brasil?
Especificamente em São Paulo, a formação de árbitros de futebol inicia-se na Escola de Árbitros Flávio Iazzetti, a primeira do gênero no Brasil. Fundada na década de 1940, a escola oferece um curso regular desde 1953, formando anualmente novos árbitros e árbitros auxiliares.
O curso tem duração de 18 a 24 meses e seu custo total variava em 2021 em torno de R$ 6,8 mil. Após a conclusão do treinamento, os novos árbitros precisam seguir rígidas regras de conduta ética e profissional, além de receberem um manual para árbitros assistentes de vídeo (VAR).
Os recém-formados árbitros geralmente iniciam a carreira em competições de categorias de base (infantil, juvenil). O tempo médio entre a formação e a possibilidade de atuar em competições de alto nível é de 6 a 8 anos.
A remuneração dos árbitros e profissionais do apito varia de acordo com a competição, regional, nacional ou internacional. Em um jogo da Série A do Brasileirão, um árbitro da CBF chega a ganhar em média R$ 3 mil e um assistente R$ 1,8 mil.
Como é a progressão de carreira dos árbitros no Brasil?
A carreira de um árbitro no Brasil é regida por um plano de carreira, que divide os árbitros em seis categorias. Para alcançar o nível mais alto (categoria especial), o árbitro ou assistente deve ter mais de cinco anos ininterruptos de serviço na FPF e poderá atuar em todas as competições organizadas pela FPF. Depois disso, o árbitro pode ser indicado para adentrar nos quadros da CBF para atuar nas competições nacionais, e posteriormente, da FIFA, para as internacionais.
Em meio a controvérsias e críticas, o trabalho de um árbitro de futebol é cheio de desafios e pressões. Mas a formação rigorosa e as regras que regem o ofício garantem que só os mais preparados e prontos para lidar com essas adversidades cheguem ao topo.