O autor do único gol da Seleção Brasileira no fatídico 7 a 1 contra a Alemanha na Copa do Mundo de 2014 é do São Paulo. Oscar, que atualmente está no Shanghai Port, da China, revelou em entrevista que apesar das histórias contadas, que é são-paulino.
“Não é que eu não queria mais jogar pelo São Paulo (quando tomou a decisão de sair). Essas coisas que o são-paulino diz hoje, que sou ingrato. Eu queria. Sou são-paulino, fui criado em Cotia, na Barra Funda. Só que não teve oportunidade. Era pouca coisa, mas que acabou criando a chance de eu sair do São Paulo”, disse.
Depois do Tricolor, Oscar foi contratado pelo Internacional e por lá, de fato, se tornou uma figura ‘internacional’. Com excelentes atuações, o meia foi vendido para o Chelsea-ING e esteve na lista de Felipão que participou (como titular) da Copa das Confederações em 2013 e Copa do Mundo de 2014.
A linda declaração de Oscar para o São Paulo no UOL
Eu tinha quase 16 anos em 2008. O São Paulo era o time a ser batido, bicampeão brasileiro e que seria tri naquele ano. O Muricy (Ramalho) tinha o costume de fazer jogos-treinos entre os reservas e o time B, mas naquele dia, talvez por sorte, todas as outras equipes da base estavam disputando competições, sobrando apenas o meu time para o amistoso.
O Muricy, então, disse, daquele jeito dele, “pode trazer esses meninos aí mesmo”. Nós fomos… e nós vencemos. Não era algo normal, foi a primeira vez que aconteceu. O Ronielli marcou o gol no Rogério Ceni, e o placar final foi 1 a 0 para os garotos da base. Aquilo foi um choque. Ninguém nunca tinha feito isso. Foi o bastante para fazer o Muricy olhar com outros olhos para nós.
Depois de um tempo, o diretor das categorias de base bate na porta do meu quarto em Cotia e diz: “o Muricy te quer no profissional, se prepara que você vai viajar com o grupo”. Eu não acreditei. Como poderia ser verdade? Havia vários garotos na minha frente, mas não: Muricy tinha gostado de mim e me queria lá.
Sabe, eu sempre fui são-paulino, meu pai, que morreu quando eu tinha três anos, também era. Neste dia, minha mãe chorou e eu chorei. Estava ali, diante de mim, eu ia realizar o meu sonho: jogaria pelo São Paulo.
Eu não guardo mágoa do São Paulo ou dos são-paulinos. Como poderia? Eu sou um deles. Até hoje acompanho e torço para o Tricolor. Na verdade, eu só fico chateado porque acho que poderia ter feito mais, eu queria ter feito mais pelo São Paulo. O que aconteceu fugiu do que eu queria, sabe?