Para os amantes de futebol e história, a história do Real Club de Regatas Vasco da Gama é uma trama de revelações. Desde sua origem em 1907, o clube tornou-se o único fora de Portugal a possuir o histórico Alvará Régio, um título de realeza conferido a poucas instituições.
O relato desses feitos foi recentemente recuperado e publicado no livro “125 anos de Glórias: Real Club de Regatas Vasco da Gama”. O lançamento ocorreu no Palácio de São Clemente, no Rio de Janeiro, a sede da Embaixada de Portugal no Brasil. Autor e presidente da Associação Portuguesa dos Autarcas Monárquicos (APAM), Manuel Beninger, descreve a obra como um “registro histórico que conta a história desses pequenos pormenores que dão o título ao Vasco.”
Um título real nunca entregue
Segundo Beninger, a história remonta a 1907, quando o Rei Dom Carlos I de Portugal promulgou o chamado Alvará Régio em reconhecimento aos feitos do Vasco a favor das raízes portuguesas. O documento real seria entregue ao clube no ano seguinte, 1908, durante a visita do Rei ao Brasil. Porém, o Rei foi assassinado antes que a entrega pudesse acontecer, e o título foi esquecido.
Naquela época, era comum conferir títulos de realeza a clubes de futebol e instituições. No Brasil, o Real Gabinete Português de Leitura e o Real Sociedade Clube de Ginástica Português são exemplos de instituições que mantêm o Alvará Régio. Na Espanha, o Real Madrid recebeu a honraria do Rei espanhol Alfonso XIII.
Uma história que se completa mais de um século depois
Em 2017, o Vasco conseguiu, com a ajuda de Beninger e da APAM, renovar os votos do Alvará Régio junto à Casa Real Portuguesa. Assinado por Dom Duarte de Bragança, atual chefe da monarquia portuguesa, o novo documento foi entregue ao clube, trazendo a gratidão e o reconhecimento da comunidade portuguesa.
Enfim, a história tinha chegado ao final caixa após mais de um século. Todo o lucro arrecadado com a venda do livro será doado a uma instituição de solidariedade na Guiné-Bissau, projetando assim o Vasco além das fronteira do continente.