Em uma tarde de 1946, um grupo de entusiasmados torcedores do Bahia liderados por Amado Bahia Monteiro tomaram a decisiva iniciativa de formar uma torcida uniformizada para o time. Buscando inserir mais energia e incentivo a esta torcida, convidaram Adroaldo Ribeiro Costa, reconhecido professor e jornalista, para compor um canto de exaltação ao clube.
Adroaldo aceitou o convite e já no dia seguinte, colocou em prática todo seu talento para a elaboração deste emblemático canto. No entanto, alguns anos mais tarde, a torcida uniformizada que incentivou a criação do hino, acabou por se extinguir e a canção ficou praticamente esquecida por um longo período, voltando a ganhar destaque apenas dez anos depois.
O hino só “ressuscitou” uma década depois, com algumas alterações significativas no terceiro verso da canção. A frase “Ninguém nos vence em fervor” foi substituída por “Somos do povo um clamor”. O hino tem a instrumentação do Maestro Agenor Gomes e foi gravado pela Banda do Corpo de Bombeiros, deixando a entonação ainda mais marcante.
De quem é a autoria do hino?
Outro capítulo importante desta história é sobre o autor da música. Quando Adroaldo entregou a letra ao Bahia, ele fez questão de manter em segredo a autoria da obra. Segundo ele, queria que o hino fosse considerado um canto oriundo dos próprios torcedores. Durante alguns anos, o mistério persistiu. No entanto, a qualidade e o sucesso da canção acabaram por revelar o seu autor.
Após a descoberta, Adroaldo foi procurado por outros times interessados em ter um hino composto por ele. Contudo, o compositor declinou de todos os convites, argumentando que só poderia escrever sobre o que realmente sentia.
O Hino do Bahia ultrapassou as barreiras do futebol e se transformou também em um sucesso do carnaval baiano, sendo cantado por diversas bandas e artistas conhecidos, como Chiclete com Banana, Parangolé e Claudia Leitte, consolidando assim, sua importância na cultura da região.