Última cartada: Atlético gastou a 2ª ficha por Bernard, perdeu e agora tem uma única chance
Em uma investigação colaborativa com o jornalista Orlando Augusto, o portal Fala Galo revelou que uma decisão em segunda instância no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na quinta-feira (25), favoreceu o suposto descobridor de Bernard em sua ação contra o Atlético. A ação, apresentada em 2018, buscava reconhecer os direitos de Carlos Roberto Silva, conhecido como Índio, ex-treinador das categorias de base do Atlético e professor de escolinhas, que alegava ter 30% dos direitos de uma venda futura do jogador Bernard. O atleta foi transferido para o Shakhtar, da Ucrânia, por 25 milhões de euros (R$ 76,7 milhões na época), em 2013.
O pleito do ex-treinador foi julgado procedente em setembro de 2022, e a decisão foi confirmada em janeiro de 2024 pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A disputa gira em torno do direito do autor ao percentual de 30% sobre a venda futura do jogador Bernard ao futebol ucraniano.
A quantia em discussão era de aproximadamente R$ 23 milhões, sujeita a correções. O contrato, na ocasião, teria sido verbal, mas as evidências apresentadas na ação indicam que Índio teria sido o responsável por apresentar o atleta ao clube, de acordo com a parte autora. Testemunhas como Getúlio, ex-lateral do Atlético e técnico da base, afirmaram que Bernard foi recomendado por Índio. Além disso, Geraldo Dolabela e Ricardo Mariano, diretor da base e observador técnico, respectivamente, na época, testemunharam a favor de Índio.
Do lado do Atlético, o clube utilizou testemunhas para contestar a existência dos 30% ligados a Índio. Em uma matéria do GE de 16 de agosto de 2023, os advogados do Atlético em 2019 argumentaram que o pedido era baseado em um “imaginário contrato verbal entre o autor da ação e um ex-colaborador” e que Bernard não tinha idade para assinar um contrato como jogador de futebol na época. O advogado André Figueiredo negou a existência desse acordo, e Ziza Valadares, presidente na época, afirmou desconhecer o acordo e nunca ter sido informado sobre a participação de Índio nos percentuais do atleta.
A decisão em segunda instância foi anunciada na última semana, mas o acordo ainda não foi publicado, e os valores ainda não foram definidos.
Galo pode recorrer da decisão
O Atlético tem a opção de recorrer nas instâncias superiores, sendo a última tentativa no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Em contato com ambas as partes, o Fala Galo obteve a informação de que o clube decotou parte dos pleitos do autor e aguarda a publicação dos termos do julgamento para definir suas estratégias, na esperança de prevalecer em uma causa que promete ter mais desdobramentos.