Seis meses após vender 75% de sua Sociedade Anônima de Futebol (SAF) a investidores, o Atlético-MG está começando a colher os frutos dessa transformação em uma empresa profissional, marcada pelo primeiro título conquistado, o Campeonato Mineiro. Enfrentando uma dívida de R$ 2,1 bilhões na época da criação, o que lhe rendeu o título menos desejado de clube mais endividado do país, o Alvinegro implementou novos processos, reduzindo os débitos.
“Buscamos um modelo de negócios coerente para que o time fique competitivo de maneira mais perene. Estamos avançando aos poucos, mas sabemos que só conseguiremos destravar valor num patamar muito maior quando finalmente conseguirmos montar uma liga única de futebol”, disse Bruno Muzzi, CEO do Galo.
A transformação do Atlético-MG
No dia 31 de outubro do ano passado, a venda de 75% da SAF do Atlético-MG, que englobava o departamento de futebol, a Arena MRV e o centro de treinamento, foi concluída com a Galo Holding. O grupo comprador foi composto pela Família Menin (Rubens e Rafael Menin, detentores de 67,9% do total); Ricardo Guimarães (10,27%); e dois fundos de investimento (FIGA e FIP, com 10,91% cada) – os 25% restantes permanecem sob posse da associação.
Do montante de R$ 916 milhões investidos, R$ 600 milhões foram diretamente injetados nas finanças do Galo, e o restante foi utilizado para converter parte da dívida dos Menin em uma participação na holding. Em conformidade com a legislação das SAFs, foi estabelecido um conselho de administração independente, composto por sete membros indicados pela Galo Holding e dois pela associação, com Muzzi como presidente executivo.
Atualmente, o Atlético-MG acumula uma dívida total de R$ 1,3 bilhão, e além do investimento dos acionistas, o clube também conseguiu um montante de R$ 300 milhões por meio de uma negociação com o Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro). Essa iniciativa permite o alongamento de dívidas tributárias sem a incidência de juros.