Ídolo histórico do Palmeiras, o atacante aceitou o desafio de vestir a camisa do rival Corinthians. Marcou gols e até levantou taças, mas a sintonia nunca se estabeleceu. Paulo Nunes é uma figura única no futebol brasileiro.
Reconhecido por sua velocidade, capacidade goleadora e irreverência, ele deixou sua marca na década de 1990, especialmente em suas gloriosas passagens por Grêmio e Palmeiras, onde conquistou a Copa Libertadores, entre outros troféus. Hoje, como comentarista do grupo Globo, Paulo Nunes relembra um período turbulento em sua carreira.
Sua chegada ao Corinthians em 22 de janeiro foi marcada por expectativas elevadas, sendo apresentado como a grande contratação do clube para o primeiro semestre. A recepção ocorreu no salão nobre, onde o atacante concedeu entrevistas e recebeu a camisa 10 das mãos do presidente Alberto Dualib.
Deu tudo errado
Em seguida, acompanhado por dirigentes, percorreu as alamedas do clube até alcançar o gramado do Parque São Jorge, ao som da tradicional sirene, um privilégio reservado às estrelas. Entretanto, a festa preparada pela diretoria corintiana foi manchada pela falta de sintonia com os torcedores.
Paulo Nunes foi ameaçado e hostilizado desde o momento em que chegou ao clube, por volta das 13 horas, até o fim do treino da tarde. Mesmo assim, ele interagiu com alguns torcedores no alambrado e assegurou seu compromisso com dedicação e profissionalismo.
Apesar de um título paulista, um vice na Copa do Brasil e um bom início no Campeonato Brasileiro, sete meses depois, o jogador não conseguiu conquistar a simpatia da Fiel. Sua passagem pelo Parque São Jorge foi breve, saindo do clube no ano seguinte após 25 jogos e quatro gols.