Nesta terça-feira (27), o zagueiro Titi concedeu entrevista ao Seleção SporTV e se emocionou ao relembrar o ataque ao ônibus do clube, em Recife, por torcedores do Sport, após jogo do Fortaleza na Copa do Nordeste.
Vale ressaltar que o zagueiro fez procedimento para retirada de estilhaços de vidro e alguns resquícios de bomba caseira da panturrilha.
“Foi uma tocaia. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo e o que queriam: tirar nossas vidas. O ambiente está de muita tristeza. Todos os atletas estão abatidos, abalados com o que vivemos. E só nós sabemos o que passamos, jogadores chorando, gritando, era sangue em todo canto do ônibus, mas no dia seguinte a bola estava rolando. E eu faço uma mea culpa, porque no dia do Danilo, eu fui apenas gravar um vídeo. Nós temos que parar. Porque isso vai parar em morte. Se não tomarmos uma determinada decisão… Mas se nós decidirmos parar enquanto houver violência, a bola não rola. Talvez essa seja a maior tristeza”, afirmou Titi.
Milagre
“Sempre que a gente revive, e hoje eu estou revendo essas páginas, ainda me emociono. Vi agora as imagens e o que me vem à cabeça é sentimento de gratidão a Deus. Foi um milagre. O Vojvoda foi muito feliz nas palavras que, naqueles cinco segundos, na parte de cima do ônibus, era de encontrar algum atleta morto, algum atleta sem vida. Porque, sim, foi uma tentativa de homicídio. Não foi atentado. Só quem estava lá dentro consegue dimensionar. Faltam palavras. Os vândalos, bandidos sabiam o que estavam fazendo. E nós só estávamos trabalhando. A gente só foi fazer o que ama, que é jogar futebol. O Fortaleza foi vítima daquilo que o futebol já desenha há muito tempo. Há dois anos eu falava sobre o Danilo, então goleiro do Bahia, e nada foi feito. O que me deixa triste é a impunidade”, finalizou, visivelmente emocionado.