Ao longo dos mais de 100 anos de sua existência, o Sport Club Corinthians Paulista, carinhosamente chamado de “Coringão” ou “Timão”, tornou-se uma instituição emblemática no cenário do futebol brasileiro e a história do escudo do Corinthians é essencial para isso.
No cerne dessa instituição, o escudo do Corinthians desempenha um papel crucial, não apenas como uma representação gráfica, mas como um testemunho visual da evolução do Corinthians, suas conquistas e a paixão inabalável de seus torcedores.
Vamos nos aprofundar na intricada e fascinante história do escudo corinthiano, desde seus primeiros dias até a forma que conhecemos hoje.
1910-1913: O Nascimento Sem Distintivo e a Ascensão da Paixão Corinthiana
O ano de 1910 viu a fundação do Corinthians como um “clube do povo”, desafiando as convenções elitistas do futebol brasileiro da época. Nesses primeiros anos, a rebeldia do Corinthians era tão evidente que nem sequer um escudo formal existia.
No entanto, o que faltava em símbolos gráficos era compensado pela paixão fervorosa e pelo espírito intrépido do clube.
Em 1913, a entrada na Liga Paulista de Football marcou um ponto de virada. Sentindo a necessidade de uma identidade visual, o Corinthians apresentou seu primeiro escudo.
Simples e direto, o distintivo apresentava as iniciais “C” e “P” sobrepostas, representando Corinthians Paulista. Era o início modesto, mas essencial, de uma jornada simbólica.
1914: Ferradura e Inovação Estética – O Segundo Capítulo no Mundo dos Escudos para o escudo do Corinthians
O segundo capítulo na evolução do escudo corinthiano chegou em 1914, introduzindo uma imagem peculiar de uma ferradura com um “C” pendurado no “P”.
Essa escolha não apenas refletia a singularidade do Corinthians, mas também proporcionava a primeira prova visual das camisas bege, que se tornaram icônicas em um período único na estética do clube.
1916: Descobrindo o Terceiro Símbolo e a Adição da Letra “S” ao escudo do Corinthians
Em outubro de 2019, o historiador Fernando Wanner revelou uma descoberta intrigante: um terceiro escudo, desenhado por Hermógenes Barbuy em 1916. Este distintivo, envolvendo as iniciais “CP” em um formato medieval, foi usado em jogos amistosos, adicionando camadas adicionais à já rica história visual do clube.
Nesse mesmo ano, Hermógenes Barbuy criou um novo distintivo, agora incluindo a letra “S”. O Corinthians estava, assim, não apenas construindo uma identidade gráfica, mas também narrando uma história mais rica e complexa de sua evolução.
1919: Aproximação ao Símbolo Atual – Bandeira de São Paulo e Data de Fundação
O ano de 1919 foi testemunha de uma mudança significativa no escudo corinthiano. Agora contornado por um círculo, o distintivo apresentava o nome completo do clube, a data de fundação (1910) e a bandeira de São Paulo “em movimento” no centro do círculo.
Essa transformação marcou uma aproximação ao que conhecemos como o símbolo atual do Corinthians, sinalizando um amadurecimento tanto do clube quanto de sua representação gráfica.
1940: Elementos Náuticos por Francisco Rebolo Gonsales para o escudo do Corinthians
As décadas seguintes trouxeram ajustes notáveis, especialmente em 1940, quando o pintor Francisco Rebolo Gonsales, ex-jogador do Corinthians, adicionou elementos náuticos ao escudo.
Dois remos vermelhos e uma âncora agora faziam parte do conjunto, não apenas como elementos visuais, mas como representações simbólicas dos esportes aquáticos praticados pelo clube.
1980: Treze Listras e Alterações na Âncora do escudo do Corinthians
A década de 1980 testemunhou uma das mudanças mais marcantes no escudo corinthiano, com a adição das treze listras da bandeira de São Paulo. Além disso, a âncora recebeu ajustes, mantendo-se como um símbolo de estabilidade e força, mas agora com nuances visuais distintas.
1990-2005: Estrelas Refletindo Conquistas
A partir da década de 1990, as estrelas tornaram-se uma parte integral do escudo, adicionadas conforme o clube conquistava títulos.
O Brasileirão de 1990, 1998 e 1999, juntamente com o título do Mundial de Clubes da FIFA em 2000 e o Brasileirão de 2005, foram imortalizados com estrelas, transformando o distintivo em uma narrativa visual viva das glórias do Corinthians.
2011: Um Retorno às Origens – Estrelas Retiradas por uma Causa Maior
Em 2011, uma decisão simbólica foi tomada. Todas as estrelas foram retiradas do escudo, não por falta de realizações, mas como um gesto de reverência à história do clube, mostrando que a grandeza do Corinthians transcende qualquer conquista individual.
O Símbolo Atual – Uma Síntese da Identidade Corinthiana em Cores e Formas
Hoje, o escudo do Corinthians é uma síntese visual da rica e complexa história do clube. As cores branco, vermelho e preto, os remos, a âncora e a data de 1910 convergem para formar um distintivo que vai além do aspecto gráfico.
É um testamento da paixão inabalável dos torcedores, das vitórias conquistadas nos gramados e da resiliência que define a jornada do Corinthians.
Mais do que um Símbolo, uma Narrativa Viva
O escudo do Corinthians não é apenas uma marca gráfica; é uma narrativa viva, um testemunho visual da evolução de um clube que transcende as fronteiras do esporte. Cada mudança, cada elemento adicionado, reflete não apenas a estética da época, mas a alma e a identidade do Corinthians.
À medida que o clube continua sua jornada, o distintivo permanece como um farol, guiando os torcedores através de cada partida, vitória e derrota, contando a história única de um clube que é mais do que futebol, é paixão, é Corinthians.