A nova decisão da Fifa que vai revolucionar o mercado de transferências
Nesta segunda-feira (14), a Fifa confirmou a mudança no regulamento em termos de transferências a fim de cumprir com as leis europeias. Sobretudo, a decisão foi baseada após a derrota no caso Lass Diarra, julgado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia.
A revolução na mudança do regulamento somente foi possível graças à insistência dos advogados do ex-jogador de futebol Lassana Diarra. Em 2014, o meia rescindiu seu contrato com o Lokomotiv Moscou, da Rússia, depois de denunciar atraso no pagamento de seus salários. Na ocasião, o Tribunal Arbitral do Esporte o condenou a pagar 10,5 milhões de euros como compensação.
Como resultado do descaso com Diarra, o atleta ficou um ano sem conseguir firmar contrato com outros clubes mesmo havendo interesse de ambas as partes. Nesse ínterim, por receio de uma punição vinda da Fifa por transfer ban, as equipes optaram por se afastarem de qualquer negociação envolvendo o ex-jogador.
“A deliberação no caso de Lass Diarra obriga à revisão de vários elementos do documento, a fim de alinhar o Regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores com a Lei europeia. (…) Entendemos esta situação como a oportunidade de continuarmos a modernizar os regulamentos”, explicou Emilio García Silvero, diretor jurídico da FIFA.
A nível de conhecimento, o atual regulamento da Fifa estabelece que o novo clube desembolse as cifras indenizatórias ao time anterior. Porém, caso haja recusa por parte do plantel, o jogador ficará livre no mercado, como ocorreu com Lass Diarra. Por outro lado, a nova postura da entidade máxima do futebol promete valorizar os atletas mediante às negociações.
Mudanças na Fifa
Com os clubes interessados em Diarra se negando a pagar a compensação financeira, o francês ficou sem contrato por um ano, fator que levou à sua aposentadoria precoce. Por enxergar o erro cometido diante da carreira do ex-meia, o processo serviu de exemplo para que casos como o dele se tornem escassos no mundo do futebol.
“Todos os jogadores profissionais que foram afetados por essas regras ilegais (em vigor desde 2001!) podem buscar compensação por suas perdas. Estamos convencidos de que esse “preço a pagar” por violar as leis da UE vai, enfim, forçar a Fifa a se enquadrar e acelerar a modernização de sua governança”, explicaram Jean-Louis Dupont e Martin Hissel, advogados de Diarra.