São Paulo pode ter novo estádio já em 2024! Entenda
Cruzeiro, Santos e São Paulo firmaram acordos para sediar partidas no Estádio do Pacaembu ao longo de 2024. Enquanto os cruzeirenses aceitaram jogar até dois jogos no estádio, os times santistas e são-paulinos planejam realizar até dez partidas cada. A informação foi confirmada por Eduardo Barella, CEO da Allegra, concessionária responsável pela operação do estádio. Barella detalhou a estratégia de administração e os contratos recém-assinados durante participação no podcast Dinheiro em Jogo.
Uma característica marcante dos acordos estabelecidos com os clubes de futebol é o modelo diferenciado dos termos. Ao invés de um aluguel fixo e a simples concessão das bilheterias às entidades, o Pacaembu irá compartilhar as receitas e custos com os clubes. Essa abordagem contrasta com o padrão geralmente adotado por outras arenas brasileiras.
Além das atividades relacionadas ao futebol, destaca-se também o contrato de naming rights com o Mercado Livre, que tem potencial para gerar até R$ 1 bilhão ao longo de 30 anos. Adicionalmente, a concessionária fechou acordos para a construção de um hotel nas instalações do Pacaembu e garantiu a realização de 80 shows por ano.
Confira alguns trechos da entrevista
Sobre a concessão do estádio, Eduardo Barella citou:
“Eu vou fazer uma analogia para você. Eu tenho quatro filhos, e os meus filhos, às vezes, porque essa coisa do Pacaembu é muito midiática, eles falam assim: “nossa, papai, você comprou o Pacaembu?” E eu sempre falo: não, o Pacaembu é da cidade. Eles estavam precisando de alguém para cuidar, e eles chamaram o papai. Nós somos gestores privados de um equipamento público. Muita gente fala em parceria público-privada. Existem dois modelos, o modelo de concessão, no qual não há aporte de recursos do governo, e a PPP, em que você tem aporte de recursos do governo. O Pacaembu segue o modelo de concessão. A prefeitura ganha o valor da outorga, que é chamada de outorga fixa, e uma outorga variável.”
Sobre os namings rights do estádio, que passará a ser chamado de Mercado Livre Arena Pacaembu:
“Nós sempre tivemos em mente, de novo, que a gente faz a gestão de um equipamento simbólico para a cidade. Mais do que isso, é um equipamento que esse ano vai completar 84 anos. É um equipamento que, em 84 anos, nunca foi trabalhado como marca. Existia aqui uma oportunidade muito grande de uma marca acoplar o seu nome a um equipamento tão simbólico como o Pacaembu. E o Mercado Livre, de fato, enxergou isso, assim como outras marcas que estiveram em contato conosco, mas nós entendemos que o Mercado Livre era quem, de fato, poderia se conectar melhor ao ecossistema de negócios que a gente está pensando para o Pacaembu.”
Conversa com os clubes que jogarão no estádio:
“Eu falei para eles: olha, toda vez que vocês vão jogar em um lugar que não é de vocês, a discussão é, opa, “eu levo os torcedores e fico só com o ingresso”. Enquanto o operador se beneficia com a hospitalidade, o estacionamento, os alimentos e bebidas e tal. Sempre há uma discussão e um embate. Então, o que nós colocamos? Vamos alinhar interesses aqui? Nós fizemos um projeto baseado em números demonstrando aos clubes que se a gente fosse sócio, isso traria mais benefícios.”
“São Paulo, Santos e Cruzeiro são clubes que já têm acordos conosco. Por óbvio que, se um clube chegar lá e quiser alugar apenas o estádio, é uma discussão que nós podemos ter, mas ela não é a nossa predileção. A nossa predileção é ter este modelo que eu detalhei para você..”