Greve de jogadores começou como assunto na Europa e agora está chegando ao Brasil
O aumento no número de jogos por temporada, resultado do surgimento de novas competições e da expansão de torneios já tradicionais, pode resultar em uma interrupção no futebol. As ameaças de uma greve generalizada por parte dos jogadores, especialmente os da elite europeia, em resposta ao calendário cada vez mais sobrecarregado de clubes e seleções, têm se tornado uma preocupação recorrente nas declarações de alguns dos principais nomes do esporte.
Recentemente, o volante Rodri, campeão europeu com a Espanha e destaque do Manchester City, afirmou que “estamos próximos” de uma greve que poderá interromper o futebol mundial. Logo depois dessa declaração, o goleiro Alisson, do Liverpool, o lateral-direito Daniel Carvajal, do Real Madrid, e o zagueiro Jules Koundé, do Barcelona, usaram entrevistas coletivas antes dos jogos para criticar o aumento excessivo no número de partidas.
A mobilização surge como uma reação às mudanças na Liga dos Campeões da Europa e à introdução do Super Mundial de Clubes, que são as principais inovações do calendário do futebol nesta temporada. Com a ampliação da Champions e o lançamento de um novo torneio global organizado pela FIFA, os clubes europeus poderão disputar até dez partidas a mais em um ano em comparação ao limite máximo permitido até 2023/24.
O sindicato global dos jogadores, FifPro, que colabora com a FIFA em várias iniciativas, recomenda que nenhum atleta profissional de futebol dispute mais de 55 partidas, contabilizando tanto clubes quanto seleções em uma temporada. Contudo, como esse limite tem sido amplamente ignorado na prática, outras entidades que defendem os direitos dos jogadores começaram a tomar medidas mais concretas.
Europa em “guerra”
As federações nacionais de atletas de futebol da Inglaterra e da França optaram por processar a FIFA devido a divergências sobre a organização do calendário das seleções. Ao mesmo tempo, um conjunto de 30 ligas europeias se reuniu para apresentar uma reclamação formal à Comissão Europeia contra a entidade que organiza o Super Mundial de Clubes.