Acabou a farra? Julgamento em tribunal pode revolucionar regras da FIFA
O mundo da bola vai além de vitórias e derrotas e as próximas semanas vão mostrar que até mesmo as regras podem ser alteradas. O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) julgará, no dia 4 de outubro, o “caso Lassana Diarra”, fator que pode ser crucial para a mudança na metodologia adotada nas transferências diante daquilo que a FIFA permite.
No ano de 2014, Lass Diarra possuía um ano de contrato válido com o Lokomotiv Moscou, da Rússia, mas acabou tendo sua passagem encerrada após reclamar publicamente sobre sua redução salarial. Como resultado da polêmica criada, o clube em questão rescindiu o contrato do ex-volante, que ficou sem atuar por um ano após a FIFA se recusar a reconhecer a quebra de contrato.
Acionando a FIFA, o Lokomotiv afirmou que o jogador não cumpriu seu contrato, exigindo assim o pagamento de 20 milhões de euros (cerca de R$ 124 milhões na cotação atual). Como resultado das investigações, a Câmara de Resolução de Disputas (DRC) solicitou que Diarra depositasse 10,5 milhões de euros na conta de seu ex-clube, o que foi contestado por seus advogados.
Diante das janelas de transferências, vários planteis demonstraram interesse na contratação de Lass Diarra, mas recuaram por receio de uma grave punição por meio da FIFA. Com a comprovação de ter a sua carreira prejudicada, o Tribunal de Justiça da União Europeia foi favorável ao jogador e condenou a postura da instituição futebolística.
“Estas disposições são susceptíveis de desencorajar e dissuadir os clubes de contratar o jogador por receio de risco financeiro. As punições desportivas enfrentadas pelos clubes que contratam o jogador podem efetivamente impedir que um jogador exerça a sua atividade num clube localizado em outro país”, disse Maciej Szpunar.
FIFA com o sinal de alerta ligado
A depender do andamento do julgamento diante do Tribunal de Justiça da União Europeia, mudanças drásticas ocorrerão nas regras elaboradas pela FIFA. Em um primeiro momento, o caso Diarra pode afetar na aplicabilidade e legalidade das transferências dos jogadores. Por outro lado, a forma como os clubes lidam com os contratos dos atletas e como os profissionais são respaldados mediante a rescisões contratuais também devem passar por reformulações.