Condenado por envolvimento na morte de sua ex-namorada Eliza Samudio, Bruno Fernandes entrou na justiça com um pedido de R$ 1 milhão em indenização e foi parcialmente atendido. No ano de 2023, a editora Record publicou o livro “Indefensável – O goleiro Bruno e a História da morte de Eliza Samúdio”. Por se tratar de sua imagem sendo divulgada sem seu consentimento, o arqueiro viu o juiz Luiz Cláudio Silva Jardim Marinho acenar como favorável ao pedido.
Em um primeiro momento, a defesa do goleiro Bruno alegou que a obra utilizou indevidamente a imagem de seu cliente na capa sem autorização. No entanto, a editora afirmou que o fotógrafo Alexsandro Ligório foi o grande responsável por realizar o clique, dando a autorização de seu uso. Para não sair ainda mais no prejuízo, o assassino solicitou a paralização das vendas dos livros, solicitando de forma imediata uma porcentagem dos lucros.
Com os desencontros de informações sobre o detentor dos direitos autorais da imagem, o juiz Luiz Cláudio Silva Jardim Marinho garantiu que houve o uso indevido das imagens do goleiro, mas refutou a possibilidade de beneficiar o solicitante com a quantia desejada no início do processo. Dessa forma, o Goleiro Bruno recebeu apenas R$ 30 mil, uma vez que houve o enquadramento do princípio da razoabilidade.
Confira parte do fecho da decisão:
“Por outro lado, o pedido de arbitramento de indenização de 30% do montante bruto decorrente da venda dos exemplares e de direitos à Rede Globo não merece prosperar, eis que a mera veiculação da imagem do autor na capa do livro não implica, por si só, estabelecer o direito de remuneração pelo eventual sucesso de vendas dos exemplares”, disse o juiz na sentença.
Relembre o Caso do Goleiro Bruno
Em 2010, um caso brutal paralisou o Brasil e colocou como um dos maiores vilões Bruno, goleiro em destaque no Campeonato Brasileiro com a camisa do Flamengo. Intimado a comparecer à delegacia enquanto treinava com os demais companheiros de equipe, o arqueiro se tornou um dos principais suspeitos do desaparecimento de Eliza Samudio, sua ex-namorada e mãe de seu primeiro filho, Bruninho.
Com as investigações sendo finalizadas, a Justiça condenou o goleiro Bruno a 22 anos e três meses de prisão. Todavia, mostrando que a justiça é ineficiente no país, o assassino foi solto após seis anos e sete meses, conseguindo habeas corpus por meio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marca Aurélio Mello.
O fator dramático de todo o caso é que o corpo da jovem jamais foi encontrado, levantando a hipótese de que seus restos mortais foram dados aos cachorros que faziam a segurança de um dos imóveis do atleta. Embora esteja livre, o arqueiro não conseguiu retornar à elite do futebol nacional, fazendo parte apenas de campeonatos de várzea.