Dez ex-árbitros, renomados no meio esportivo, chegaram a um consenso unânime ao avaliar que a arbitragem falhou ao não assinalar um pênalti para o Corinthians no início da partida contra o Grêmio.
Paulo César de Oliveira, Carlos Eugênio Simon, Nadine Basttos, Manoel Serapião, João Paulo Araújo, Emidio Marques, Renato Marsiglia, Ulisses Tavares, Guilherme Ceretta e Alfredo Loebeling, experientes profissionais com vasta bagagem na arbitragem, compartilharam a mesma análise sobre o polêmico lance.
O episódio em questão ocorreu aos oito minutos do primeiro tempo, quando Matheus Bidu, lateral-esquerdo do Corinthians, foi claramente derrubado por João Pedro na área. Contudo, o árbitro Rodrigo José Pereira de Lima optou por não assinalar o pênalti, gerando controvérsias no cenário esportivo.
A CBF divulgou posteriormente o áudio do VAR, revelando as impressões de Rafael Traci, responsável pelo VAR, e do assistente de VAR, Eder Alexandre. Traci sugeriu que Bidu “sentiu o contato e se jogou”, enquanto Eder afirmou que o contato de João Pedro “não foi para derrubar” o jogador do Corinthians.
Essa convergência de opiniões entre ex-árbitros destaca a magnitude do erro percebido no lance e intensifica o debate em torno do papel do VAR e da interpretação dos árbitros nas partidas de futebol.
“A maneira como João Pedro disputou a bola, completamente imprudente. Ele não consegue atingir a bola. Entra de maneira imprudente, com carga nas costas. Pênalti claríssimo, que, se tivesse sido marcado em campo, não teria a entrada do Bruno Méndez na sequência. Mas vale destacar um ponto importante, que, se o VAR tivesse recomendado a revisão para o pênalti, o cartão vermelho não seria anulado”, declarou PC.
“Foi pênalti! João Pedro foi imprudente e acabou derrubando o Matheus Bidu, o pênalti deveria ter sido marcado! O VAR diz que não foi o contato que derrubou o atacante, discordo completamente. Para mim o pênalti é claro“, disse Nadine.
“Jogador do Grêmio com o braço nas costas e a perna derruba o adversário. Pênalti!“, Carlos Eugênio Simon avaliou.
“Pênalti claro, sem dúvida. Em qualquer outro lugar do campo, ele marcaria falta e daria amarelo. Nesse caso, era pênalti e vermelho, era oportunidade clara de gol. Errou e o VAR errou também, os dois erraram feio no lance. Não tem como não dar um pênalti desse, erro grosseiro do árbitro“, opinou João.
“Pênalti claríssimo que deveria vir acompanhado de cartão vermelho para o jogador do Grêmio, que comete a infração sobre um jogador com clara e manifesta possibilidade de gol”, destacou Marsigilia.
“Pênalti claríssimo. O jogador sofreu carga por trás, pelas costas, e ainda teve uma alavanca. A infração não precisa ser grosseira, mas o suficiente para desequilibrar o jogador. Ele tinha o paraíso à sua frente, próximo da pequena área, com o goleiro distante, ninguém mais à frente. No vídeo não se vê diminuir passada, vê ele sofrer o penal indiscutível. Pênalti claro, não sei por que Traci não recomendou a revisão“, analisou Manoel Serapião.
“Foi pênalti. O jogador do Corinthians recebe um tranco por trás, ia sozinho em direção à meta. Além da penalidade, o infrator deveria ser expulso por uma clara e manifesta oportunidade de gol. Por que o árbitro errou? Por estar muito próximo do lance e muito mal colocado”, reforçou Emidio.
“Para mim o pênalti é claríssimo, há uma carga por trás suficiente para derrubar o Bidu. Por que o VAR não chamou? Se olhar o protocolo do VAR, não teria que chamar. O árbitro está próximo do lance, tem campo visual, então é puramente interpretativo. Porém, estamos vendo no campeonato inteiro que o VAR está chamando em lances interpretativos. Estão esse questionamento tem sentido a partir de lances semelhantes, de pura interpretação, que o VAR participa”, concluiu Loebeling.
“Foi muito pênalti, o jogador do Grêmio agarra o jogador do Corinthians e dá uma rasteira. Se aquilo não foi pênalti, não sei mais o que deve ser marcado”, apontou Ulisses.
“Foi pênalti. O VAR deveria sugerir revisão. Esse é o maior problema do campeonato até o momento: o VAR julgar e definir pelo árbitro de campo. Ele deveria, nesses casos, sugerir revisão sem tecer comentários que acabam influenciando aos árbitros tomarem decisões”, completou Ceretta.