Dudu recebe nova notícia da Justiça e já pode comemorar
Joelson Aguilar dos Santos, ex-gerente da conta bancária empresarial de Dudu, jogador do Palmeiras, foi mencionado em um depoimento à Polícia como o responsável pela venda, com uma assinatura falsa, de um carro registrado na empresa do atleta. Esse fato faz parte de uma investigação sobre um desfalque de R$18 milhões nas contas do atacante, decorrente de transações fraudulentas com assinaturas falsificadas, divulgada pelo ge na semana passada. Na segunda-feira, foram ouvidas duas pessoas, uma delas sendo o comprador de uma Mercedes GLA 250, avaliada em R$180 mil, que estava registrada na empresa de Dudu e foi transferida com uma assinatura falsa, sem o conhecimento do jogador, de acordo com uma perícia contratada por seus advogados.
Segundo o relato do comprador, a transação foi conduzida por Joelson, juntamente com Leandro Marinho, na loja Leo Multimarcas, em Carapicuíba-SP. O comprador explicou que adquiriu o veículo no início de 2023 após seu sócio se interessar pelo modelo exposto na loja.
Durante o depoimento, o comprador mencionou que Joelson afirmou ter deixado a carreira bancária para trabalhar como um dos assessores de Dudu, embora não houvesse nenhuma relação prévia entre eles.
O comprador relatou ainda que ficou aproximadamente seis meses com o veículo sem realizar a transferência, devido a débitos pendentes, incluindo um financiamento com o Bradesco, banco no qual as contas de Dudu foram alvo de transações irregulares.
O recibo de compra e venda, com a assinatura falsa de Dudu, conforme apontado pela perícia, foi retirado pelo comprador na loja já assinado pelo vendedor. A Polícia aguarda o recebimento do contrato de compra para dar seguimento às investigações.
Joelson foi gerente das contas empresariais de Dudu no Bradesco até o final de 2022. Quando Dudu e seus advogados começaram a investigar as transações irregulares, o banco informou sobre o desligamento de Joelson. O site do ge informou que tentou contatar a Leo Multimarcas, mas não obteve resposta do proprietário da empresa. A defesa de Joelson também não se pronunciou sobre o assunto.
Thiago Rocha Rodrigues de Souza, ex-escrevente do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo, também prestou depoimento na segunda-feira. Foi no cartório que ocorreu o reconhecimento da transferência do carro e de outros dois documentos com assinaturas falsificadas, segundo a perícia.
Thiago trabalhou no cartório de 2014 a 2023 e afirmou conhecer Dudu e Thiago Donda, ex-assessor do jogador e investigado no caso, desde 2015, quando Dudu chegou ao Palmeiras e abriu firma. Ele disse que Dudu e Donda frequentavam o cartório regularmente para tratar de diversos assuntos.
Por conhecer a relação entre o jogador e seu ex-assessor, Thiago disse que, em algumas ocasiões, colheu a assinatura de Dudu nos documentos dentro do estacionamento do cartório. Em outras, Donda se comprometia a levar o livro até o carro para que Dudu assinasse, enquanto aguardava do lado de fora.
Thiago reconhece que esse não era o procedimento padrão, pois a assinatura para transferência de veículo exige a presença no cartório. Ele admite o erro no processo e explica que confiava em Donda devido à relação prévia entre eles.
Thiago afirmou também que nunca recebeu benefícios indevidos por isso. Dos mais de R$18 milhões já calculados como desfalque nas contas de Dudu, R$562 mil foram resultado de transações de dois carros com assinaturas falsificadas, incluindo a Mercedes citada.
Dudu descobriu que sua empresa não pagava impostos
As investigações começaram no ano passado, quando Dudu descobriu que a “Dudu Sete Agenciamento de Imagens Esportivas”, empresa responsável por receber direitos de imagem do Palmeiras, não pagava impostos desde 2018.
Após uma auditoria para apurar as irregularidades, os advogados de Dudu solicitaram a abertura de um inquérito, citando Thiago Donda, Joelson e Thiago Rocha como possíveis envolvidos. A defesa do jogador alega uma série de fraudes, incluindo transferências com assinaturas falsificadas, compensações de cheques fraudulentas, entre outros crimes.
Apesar de Donda ser apontado como o principal suspeito, a acusação sugere que ele não agiu sozinho e teve a colaboração de funcionários do Bradesco e do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo, onde as assinaturas falsificadas foram reconhecidas.
Os investigadores estão analisando possíveis crimes de estelionato, falsificação de documento público, falsidade ideológica e associação criminosa.