Atlético-MG na história: Investimento de R$ 1 bilhão transforma clube em parâmetro mundial
O Atlético-MG confirmou que a Arena MRV será utilizada em sua totalidade a partir de 2024, quando estará plenamente integrada à SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do clube. A nova sede do Galo, já finalizada internamente, ainda passa por obras viárias e está prestes a iniciar sua operação financeira. Com um investimento que ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão, o projeto visa quitar dívidas e prevê um faturamento anual bruto de cerca de R$ 150 milhões.
Na manhã de segunda-feira, o CEO do Atlético e da própria Arena MRV, Bruno Muzzi, apresentou detalhes sobre a evolução dos custos do empreendimento. Ele explicou que o valor original do projeto, estimado em R$ 410 milhões em 2018, subiu para R$ 746 milhões em agosto de 2023. Esse montante não inclui os R$ 335 milhões das contrapartidas, elevando o custo total do empreendimento para quase R$ 1,1 bilhão.
Os índices de inflação, especialmente o INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), foram responsáveis por grande parte desse aumento ao longo do tempo. O contrato entre o Atlético e a empresa construtora, a Racional Engenharia, foi estabelecido com base no PGM (Preço Máximo Garantido), o que contribuiu para os ajustes nos custos ao longo do projeto.
Além disso, o estádio incorporou diversas tecnologias e melhorias não inicialmente previstas, como a instalação de pontos de Wi-Fi e um sistema automático de iluminação esportiva. A criação de um paisagismo na esplanada também foi necessária, aumentando a capacidade de carga dos blocos de entrada do estádio, mas impactando nos custos.
Muzzi destacou que, apesar do custo final ter superado significativamente o orçamento inicial, houve economia no processo. Ele explicou que o valor ajustado para a inflação e as melhorias do projeto teriam elevado os custos para R$ 774 milhões, ainda abaixo do total alcançado.
“Se a gente tiver pegado os R$ 410 milhões na média dos índices – INCC, IGPM e IPCA – para agora, houve um aumento de 50%, chegando a R$ 647 milhões em agosto de 2023, só corrigindo o valor. E se a gente incluir as melhorias de projeto, chegaríamos a R$ 774 milhões.”
Para financiar o empreendimento, o Atlético realizou duas operações de antecipação de receitas totalizando R$ 440 milhões, com juros estimados em R$ 300 milhões. A previsão é de quitação da dívida até o final de 2029, o que pressiona a Arena MRV a gerar receitas para cumprir com suas obrigações financeiras.
CEO destacou mais pontos
Muzzi traçou projeções sobre a arrecadação bruta anual da Arena MRV, incluindo receitas provenientes de bilheteria, sócios, eventos e outras fontes, como vendas dentro do estádio. Estima-se que o estádio gere um lucro acima de R$ 100 milhões por ano a partir de 2030, quando a dívida estiver quitada.
Embora a operação completa da Arena MRV esteja prevista para 2024, Muzzi ressaltou que haverá um período de adaptação e aprendizado. A estrutura precisará ser gradualmente otimizada, com a equipe de operações sendo expandida para compreender e gerenciar os custos fixos e variáveis do estádio.