Em entrevista exclusiva ao GE concedida no início de março, o presidente da Portuguesa, Antonio Carlos Castanheira, detalhou os planos para o futuro do clube. Vale ressaltar que a Lusa conseguiu acesso a Série D do Campeonato Brasileiro de 2025 através da boa campanha no Paulistão deste ano.
“Não operamos em déficit. Pagamos em dia, mas pagamos muitos juros. Tem muito do passado. Se tirássemos todo esse legado do passado, a Portuguesa daria um bom superávit hoje. Há futuro para nós”, disse ele.
Para ajudar no pagamento das dívidas, a Portuguesa, que sempre foi considerada a quinta força do Estado, (atrás de Santos, Corinthians, Palmeiras e São Paulo) planeja uma transformação em SAF (Sociedade Anônima do Futebol), que receberia o nome de Real Sociedade Portuguesa de Desportos.
“Há uma negociação forte, muito bem encaminhada. Há uma clara intenção de uma SAF”, declarou o mandatário da Lusa.
Momento delicado da Portuguesa
“A nossa bilheteria é fraca, os jogos dão prejuízo. Praticamente não temos mais sócios patrimoniais. A Portuguesa hoje tem 232 sócios pagantes. O clube já teve 90 mil sócios nas décadas de 1970 e 1980, hoje temos 232. É uma renda que não existe mais. Não posso contar com bilheteria, não posso contar com sócio patrimonial e com o nosso sócio-torcedor não conseguimos passar de mil pagantes”, revelou.
“É difícil falar em um valor (da dívida) porque as atualizações são diárias. Quando cheguei aqui, o valor era de quase R$ 600 milhões. Fiz um acordo em 2020 com a Justiça de 286 ações trabalhistas e, até o momento, quitamos 202. O restante estamos pagando”, argumenta Castanheira.