Na tarde da próxima terça-feira (26), a Seleção Brasileira entra em campo para disputar um amistoso na Data Fifa. Os comandados de Dorival Júnior visitam a Espanha, dentro do Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid, às 17h30 (horário de Brasília).
Um dia antes da partida, o treinador concedeu entrevista coletiva e falou sobre Vinícius Júnior. O camisa 7 da Seleção revelou que está perdendo a vontade de jogar por conta da frequente impunidade nos casos de racismo na Espanha.
“Foi um momento muito difícil e complicado para um garoto que praticamente vem iniciando uma carreira e ser atacado como tem sido atacado nos últimos meses e, talvez, há anos. É uma covardia o que acontece. Me desculpem, mas não temos outra definição para o que acontece. Fato esse que também acontece diariamente no nosso país, do qual precisamos de um esforço coletivo de todos, que o Ministério Público atue de uma maneira mais presente e direta para que possa inibir e coibir toda e qualquer agressão nesse sentido. Os seres humanos precisam se respeitar antes de tudo. Pessoas que vêm a campo é inaceitável que tenham reações desse tipo, fato esse que vem se repetindo por algumas vezes, fazendo com que o espetáculo perca o seu brilho natural”, disse o ex-treinador do São Paulo.
Dorival paizão
“Eu vejo o Vini praticamente com a idade do meu terceiro filho. Eu falei para ele que ele não precisa dar nenhum tipo de resposta a ninguém. O universo encarrega de responder a pessoas que tomem uma iniciativa como essa. Se a justiça dos homens não é feita, que ele não se preocupe, pois da justiça divina ninguém foge. A justiça de Deus pode demorar um pouco, mas não falha, ela chega ali na frente. Não desejo que ninguém seja tão atacado assim e não tenha punições para pessoas que pratiquem esse tipo de delito. Não dá para entender como isso acontece e, com isso, parece que as agressões se acumulam, elas ganham corpo. A partir do momento que tivermos uma punição exemplar, tudo isso vai acabar. Volto a dizer: em qualquer parte do mundo e principalmente no nosso país, onde as pessoas são agredidas quase diariamente, porém elas não tem voz e esse fato não é mostrado, mas as agressões acontecem dia após dia. É uma pena, seres humanos ainda não perceberam que estamos aqui de passagem, não temos cor, raça, sexo, temos que respeitar todos. Esse é o primeiro ponto na vida de cada um de nós, o resto é uma passagem que vamos completá-la e, de repente, abandonarmos esse mundo. Quem puder aproveitar da melhor maneira, que o faça, quem não quiser que deixe passar uma oportunidade única de poder se melhorar como ser humano”, completou