O vídeo em que Carlos Belmonte, diretor do São Paulo, pede desculpas a Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, não surtiu o efeito esperado no staff do treinador português. Segundo apurou o portal Trivela com fontes próximas a Abel, o pedido de desculpas não altera a perspectiva do treinador em relação à necessidade de punições ao dirigente são-paulino. Para Abel, o erro grave de Belmonte não se apaga com um simples pedido de desculpas.
“Não, um pedido de desculpas não muda nada. Ele errou e tem que pagar por isso. Não é assim que se trata uma situação dessas”, comentou um dos assessores de Abel Ferreira, que preferiu não se identificar.
Além disso, a gravação do vídeo não foi bem recebida. Até o momento, Abel não se manifestou sobre o vídeo, e não se sabe se tem interesse em assisti-lo.
O vídeo, tratado como vazamento pelo São Paulo, foi gravado como parte de um acordo com o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) que envolve outros personagens do clássico Choque-Rei.
“O pedido de desculpas não muda nada. Ele disse o que disse e agora tem que arcar com as consequências”, afirmou outra fonte próxima ao treinador português.
Além de receber uma multa de R$ 50 mil, Belmonte foi obrigado a gravar o vídeo de retratação, pedindo desculpas publicamente a Abel Ferreira, a quem se referiu pejorativamente como “português de merda”. Também ficou proibido de frequentar estádios por 30 dias.
“Ele pode pedir desculpas o quanto quiser, mas isso não vai mudar o que ele fez”, disse um dos membros da comissão técnica do Palmeiras.
Outros integrantes do Tricolor se livraram de punições
O lateral-direito Rafinha, o meia Wellington Rato e o atacante Jonathan Calleri conseguiram evitar suspensões mediante o pagamento de R$ 25 mil cada. Os três foram vistos protestando contra erros de arbitragem a favor do São Paulo no túnel de acesso aos vestiários.
Outros membros do São Paulo também receberam multas no acordo e deverão pagá-las do próprio bolso. Abel defende que, se ele foi punido quando errou, Belmonte também deve passar pelo mesmo.
Quanto à possível ação judicial contra Belmonte por crime de xenofobia, Abel ainda não decidiu sobre o assunto.
“Não sei se iremos tomar medidas legais. Vamos avaliar a situação com calma e decidir o que for melhor”, comentou um dos advogados do Palmeiras.
Concentrado na preparação da equipe para as quartas de final do Campeonato Paulista contra a Ponte Preta, no sábado (16), o técnico mantém a avaliação sobre uma possível punição em segundo plano.
O pedido de desculpas já era um desejo de uma ala influente dentro do São Paulo, onde Belmonte divide opiniões. Mesmo pessoas que entendem a revolta do diretor consideraram que ele passou dos limites.
“Ele estava sob muita pressão naquele momento, mas isso não justifica o que ele disse. Pedir desculpas foi o mínimo que ele podia fazer”, comentou um dos membros do conselho do São Paulo.
O vídeo viralizou nas redes sociais nesta terça-feira (12), e sua autenticidade foi confirmada. No entanto, o São Paulo não confirmou a autoria do vídeo nem quem foi responsável por sua publicação, tratando o caso como um “vazamento”.
